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Policiais Federais chegaram na manhã desta segunda-feira(26) na casa de Jaques Wagner (PT) para cumprir a Operação Cartão Vermelho, que investiga o pagamento de R$82 milhões em propina ao petista pela associação Fonte Nova Participações (FNP), com as empresas OAS e Odebrecht, responsáveis pela implantação da Arena Fonte Nova. Na residência foram confiscados telefones, mídias, documentos e 15 relógios.

De acordo com a chefe da Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio Financeiros da PF, Luciana Matutino, há indícios de superfaturamento na construção da arena Fonte Nova. “Nós temos comprovação através de laudos periciais de que a licitação que resultou na parceria público privada da contratação da demolição e reconstrução da Arena Fonte Nova foi uma licitação direcionada para beneficiar a OAS e Odebrecht. Laudos confirmam que a licitação foi superfaturada em pelo menos R$200 milhões, dívida esta que atualizada ultrapassa R$450 milhões”, disse Matutino durante entrevista coletiva.

Ressaltou ainda a negligência de Wagner. “Apesar dele não assinar o contrato, detinha todo poder decisório neste contrato. ele tinha poder de revisar os custos, tinha poder de fiscalizar, mas ainda assim ele optou por não revisar os custos. Ele designou para fiscalização uma secretaria que não tinha nenhum know-how para fiscalização. Obra ocorreu sem devida fiscalização”, disse.

Parte da suposta propina foi designada em doação de campanha, declaradas e não declaradas, além de presentes para o ex-governador. “Os valores eram entregues em espécie ao intermediário, que era amigo pessoal do então governador, e também era pessoa conhecida dos empresários da Odebrecht, e esse amigo e empresário repassava ao então governador”, conta. Carlos Daltro seria o empresário citado.

A PF pleiteou a prisão de Wagner, do empresário e amigo Carlos Daltro e do secretário da Casa Civil, Bruno Dauster porém, foram rejeitados pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). “Foi solicitada a prisão em razão da impossibilidade de ser realizada condução coercitiva. A ideia era ouvir todos os envolvidos sem a possibilidade de combinação de depoimentos. Infelizmente, esse pedido não foi aceito pela Justiça, mas nós entendemos as razões do magistrado, caso surja novas provas, retornaremos com os pedidos. Assim que a análise do material apreendido for concluída, solicitaremos a oitiva de todos” anunciou.

 

 

 

 

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