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Fotos: Valter Pontes / Prefeitura / Marcelo Camargo / Agência Brasil / Agência Brasil

Cássio Moreira

Os dias 2 e 30 de outubro podem marcar o início de um novo período na política baiana. São estas as datas do primeiro e segundo turno, caso seja preciso, das eleições para governador do estado. O vencedor do pleito comandará a Bahia pelos próximos quatro anos.



O Política ao Vivo conversou com o cientista político e professor da UNILAB, Cláudio André de Souza, que fez uma análise do cenário eleitoral diante das três principais pré-candidaturas colocadas até aqui: Jaques Wagner (PT), ACM Neto (UB) e João Roma (Republicanos). O cientista prevê uma disputa polarizada entre o senador petista, que tenta voltar ao Palácio de Ondina, e o ex-prefeito de Salvador.

“Será uma eleição polarizada. ACM Neto tem como ‘arma’ a sua gestão à frente da capital baiana, bem como uma imagem de político moderno ao mesmo tempo que reafirma o legado do carlismo na Bahia a partir da imagem do seu avô. Já Wagner tem o legado de Rui nos últimos anos com uma gestão considerada até aqui positiva para a grande maioria dos baianos e as realizações do seu governo, mas a principal arma será a nacionalização das eleições por meio da candidatura de Lula, com grande força em nosso estado”, avalia Cláudio.

O ex-presidente Lula também foi outro ponto questionado na entrevista. Segundo o cientista e professor, a presença de Lula e o peso de uma nacionalização da disputa podem fazer com que Neto ‘modere’ seu discurso, a fim de garantir votos dos simpatizantes do ex-presidente.

“Teremos um peso da nacionalização, afinal, com Lula no páreo, o PT torna-se favorito para vencer as eleições. ACM Nero precisará moderar sua oposição ao PT para que atraia voto ‘Luleto’, uma dobradinha que pode se efetivar em alguns municípios”, analisa o professor.

Ainda sobre ACM Neto, o Política ao Vivo pediu uma avaliação de Cláudio André sobre o impacto da criação do União Brasil, oriundo da fusão entre o Democratas e o PSL. As mudanças de identidade e número eleitoral não devem surtir um efeito negativo para o democrata, e sim o contrário, já que deve passar uma ideia de modernidade e de um partido capaz de marchar com diferentes correntes.

“Não (sobre rejeição do eleitor ao União Brasil), ao contrário, a movimentação de Neto é formar um partido menos radical, capaz até mesmo de marchar com correntes de centro-esquerda. O eleitorado poderá assimilar a narrativa de que o novo partido é mais ‘novo’, ‘moderno’ e contra a polarização. A tendência é que o UB tenha grupos estaduais com candidatos a presidentes distintos”.

Apesar do ‘frescor’ que Neto pode apresentar, Wagner tem favoritismo, em uma análise geral do cenário feita pelo entrevistado. Mas, o cientista político ressalta que o cenário ainda é de incerteza e depende de outros fatores.

“Ainda temos um cenário com grande margem de incerteza, mas mantidas as três candidaturas, Wagner e a base governista se tornam favoritas. Mas, esse cenário depende, inclusive, da capacidade de nacionalizar as eleições com o peso de Lula já transferência de votos para Jaques Wagner”, finalizou.

O primeiro turno das eleições está previsto para ocorrer em 2 de outubro. Caso haja segundo turno, o sucessor de Rui Costa será conhecido no dia 30 do mesmo mês.



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