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Foto: Reprodução /Globonews

Pré-candidato ao governo do estado, o senador Jaques Wagner (PT) terá, além de ACM Neto (DEM), um outro grande adversário para voltar ao Palácio da Ondina.



Ao não assinar, na última semana, a lista dos senadores que apoiam a abertura da CPI da Covid no Congresso Nacional, que visa investigar irregularidades e omissões dos poderes durante a pandemia do novo coronavírus, o petista deixou no ar a sensação de temer que o processo acabe “respingando” em Rui Costa e no governo baiano, que convive com a dúvida após duas compras malsucedidas de respiradores que resultaram em um prejuízo de R$100 milhões.

Ao justificar a não assinatura da lista, Wagner afirmou que as atenções dos políticos devem estar concentradas em garantir vacinas e outras necessidades da população, e que os possíveis erros de condução do Ministério da Saúde poderiam ser julgados em um outro momento.

“Sigo com a mesma posição: nossas energias, nesse momento, precisam estar voltadas para garantir vacina para toda a população. Nada é mais prioritário.
Depois vamos atrás de responsabilizar os culpados, o que não será muito difícil, já que o presidente da República é réu confesso, insensato e insensível diante do sofrimento do povo brasileiro”, disse em nota divulgada à imprensa.

A saída de Bruno Dauster, braço direito de Rui e responsável pela compra dos aparelhos que não chegaram à Bahia, da Casa Civil, em meados de 2020, no auge da crise, levantou suspeitas e colocou Rui como centro de questionamentos.

Caso a CPI avance e investigue irregularidades cometidas no estado, mesmo que não encontre nada, Wagner pode ver seu desejo de voltar ao governo da Bahia “descer pelo ralo”, uma vez que Rui, seu principal aliado político e atual governador, seria linchado e julgado por seus adversários durante a campanha eleitoral e arranhara imagem do grupo que governa a Bahia desde 2007.

A falta de respostas de Rui, aliada ao comportamento estranho de Wagner, que foi o único senador petista a não assinar a lista no Senado, podem ser decisivos para a disputa pelo comando da Bahia. Ainda que não decida a eleição, poderá ser o norte de campanha de Neto e outros potenciais candidatos, como Alexandre Aleluia ou João Roma, cotados como possíveis nomes de Bolsonaro.

Até que tudo seja esclarecido, dependendo do resultado, Wagner terá que conviver com o fantasma dos respiradores.





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