Fotos: Divulgação

Desde a proclamação da República, em novembro de 1889, a Bahia já teve 51 governadores. O atual é o petista Rui Costa, que ocupa o Palácio da Ondina desde 2015, com término do segundo mandato previsto para dezembro de 2022. Dos 50 que antecederam Rui, oito ainda estão vivos.

Desses oito, quatro não foram eleitos pelo voto popular, assumindo o governo após a renúncia do titular ou, no caso de Roberto Santos, sendo eleito pelo parlamento.

Relembre:

Roberto Santos

Nascido em 15 de setembro de 1926, Roberto Santos foi eleito governador da Bahia através da Assembleia Legislativa. Governou o estado de março de 1975 até março de 1979, pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA), sendo sucedido justamente por seu antecessor, Antônio Carlos Magalhães.

Durante seu mandato, nomeou Edvaldo Brito, em agosto de 1978, como prefeito de Salvador. Edvaldo foi o primeiro negro a ocupar a prefeitura da capital baiana.

Em 1982, Roberto Santos ingressou no PMDB, partido pelo qual disputou as eleições para governador, no mesmo ano, sendo derrotado por João Durval.

Tentou, novamente sem sucesso, o governo da Bahia 1990, quando foi derrotado por Antônio Carlos Magalhães. Em 1994, foi eleito deputado federal, ocupando o cargo de 1995 até 1999.

Nilo Coelho

Nascido em 1 de abril de 1943, Nilo Coelho teve uma rápida ascensão política na década de 1980. Em 1982, Nilo foi eleito prefeito da cidade de Guanambi, renunciando em 1986, quando integrou como vice a chapa encabeçada por Waldir Pires (PMDB) na eleição para governador da Bahia.

Com a vitória de Waldir, Nilo foi vice-governador do estado de 1987 até o ano de 1989, quando Waldir, convidado para ser vice na chapa de Ulysses Guimarães nas eleições presidenciais daquele ano, renunciou o cargo.

Nilo Coelho foi governador até 1991, quando ACM, que havia vencido as eleições de 1990, assumiu o cargo. Apesar de alcançar certa popularidade no interior, Nilo teve alta rejeição na capital baiana.

Nilo tentou voltar ao cargo nas eleições de 1994, quando ficou em quarto. Em 1998, já no PSDB, foi eleito deputado federal, mas não conseguiu se reeleger em 2002.

João Durval

Nascido em maior de 1929, João Durval Carneiro governou a Bahia entre 1983 e 1987. Mas, antes disso, ocupou outros cargos.

Entre 1955 e 1962, João Durval foi vereador de Feira de Santana, sua cidade natal, de onde se tornaria prefeito em 1967, na sua segunda tentativa (João já havia sido derrotado no pleito de 1962, por uma diferença de 17 votos).

Ficou na prefeitura até 1971. Em 1974, foi eleito deputado federal, sendo reeleito em 1978. No ano seguinte, convidado pelo governador Antônio Carlos Magalhães, assume a secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do estado, onde fica até 1982, quando acaba sendo escolhido por ACM como seu candidato à sucessão do governo da Bahia, após a morte de Clériston Andrade, que era a primeira escolha do governador.

João Durval foi eleito com 53,3% dos votos.

O candidato apoiado por João Durval à sua sucessão, em 1986, Josaphat Marinho, que também fazia parte do grupo político de ACM, foi derrotado por Waldir Pires, candidato do PMDB, em uma das derrotas mais duras do Carlismo.

Já em 1992, João Durval é novamente eleito prefeito de Feira de Santana, mas renuncia o cargo em 1994 para tentar mais uma vez o governo do estado. Apesar de chegar ao segundo turno, João Durval acaba perdendo para Paulo Souto, candidato apoiado por ACM. Tentou novamente em 1998, mas sem sucesso.

Em 2006, pelo PDT, é eleito senador da Bahia para a legislatura 2007-2015.

Antônio Imbassahy

Antônio Imbassahy, nascido em março de 1948, chegou ao governo do estado em 1994, após a renúncia do governador Antônio Carlos Magalhães (PFL) e de seu vice, Paulo Souto (PFL).

Em 1994, o governador ACM renunciou para disputar o senador e, Paulo Souto, seu vice, também renunciou para concorrer ao governo nas eleições de outubro. Antônio Imbassahy, que era o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), acabou assumindo o cargo, já que era o segundo na lista de sucessão.

O mandato foi curto (maio de 1994 – janeiro de 1995), sendo sucedido por Paulo Souto (PFL).

Hoje, o ex-governador e ex-prefeito da capital baiana exerce o cargo de secretário especial e chefe do Escritório de Representação do Estado de São Paulo, na capital federal.


Paulo Souto

Nascido novembro de 1943, Paulo Souto foi governador da Bahia por dois mandatos: 1995-1998 e 2003-2006.

Uma das peças mais importantes do chamado Carlismo, grupo político liderado pelo ex-governador e ex-senador Antônio Carlos Magalhães, Paulo Souto ocupou alguns cargos administrativos durante os dois primeiros governos de ACM, na década de 1970 e 1980, permanecendo também no governo João Durval (1983-1987).

Em 1990, foi escolhido para ser o vice de Antônio Carlos Magalhães nas eleições para o governo do estado. Com a vitória de ACM, Paulo Souto foi vice-governador da Bahia de 1991 a meados de 1994, quando renunciou, junto com o titular, para disputar o governo da Bahia, enquanto Antônio Carlos Magalhães concorria ao senado.

Paulo Souto foi eleito governador nas eleições de 1994.

Em 1998, renunciou, deixando o governo nas mãos de César Borges, para disputar o Senado, com sucesso. Apesar de eleito para a legislatura 1999-2007, Paulo Souto ficou no cargo até 2002, quando tentou novamente o governo do estado, sendo de novo eleito.

Apesar das pesquisas apontarem sua reeleição em 2006, Paulo Souto foi derrotado ainda em primeiro turno pelo candidato petista Jaques Wagner.

Ele tentou voltar ao governo em 2010, quando perdeu mais uma vez para Jaques Wagner, e em 2014, quando perdeu para Rui Costa. Desde 2015, Paulo Souto é secretário da Fazenda de Salvador.

César Borges

Nascido em novembro de 1948, César Borges foi governador do estado entre 1998 e 2002.

César Borges foi vice de Paulo Souto na chapa vitoriosa nas eleições para o governo da Bahia em 1994. Assumiu o governo com a renúncia de Paulo Souto, que se candidatou ao senado.

A princípio, o candidato do PFL ao governo do estado era o deputado federal Luís Eduardo Magalhães, filho de Antônio Carlos Magalhães. Com a morte de Luís Eduardo, em abril de 1998, César Borges, que já ocuparia o cargo até a realização das eleições, com a saída de Paulo Souto, acabou alçado a candidato ao governo, sendo eleito ainda em primeiro turno.

Em meados de 2002, César Borges renunciou ao governo do estado para ser candidato ao Senado, sendo eleito para a legislatura 2003-2010.

Ainda como senador, em 2004 tentou a prefeitura de Salvador, mas acabou sendo derrotado por João Henrique, candidato do PDT.

Otto Alencar

Otto Alencar nasceu em agosto de 1947. A primeira eleição disputada por Otto foi em 1985, quando foi vice na chapa encabeçada por Edvaldo Brito para a prefeitura de Salvador.

Foi secretário estadual de Saúde entre 1990 e 1994. A ascensão política começou quando ele foi vice na candidatura vitoriosa de César Borges ao governo do estado em 1998. Ocupou o cargo de vice-governador de 1999 até abril de 2002, quando assumiu o governo após a renúncia de César Borges, que se candidatou ao Senado.

Ao deixar o governo do estado, em 2003, assumiu a secretaria de Indústria, Comércio e Mineração do estado, ficando na pasta até 2004, quando foi para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios, onde ficou até 2010.

Jaques Wagner

Nascido em março de 1951, Jaques Wagner é um dos fundadores e membros mais importantes do PT.

Jaques Wagner foi eleito deputado federal em 1990, sendo reeleito em 1994 e 1998. Em 2000 tentou a prefeitura de Camaçari, sendo derrotado. Em 2002, Jaques Wagner se candidatou ao governo do estado, perdendo para Paulo Souto.

Se candidatou ao governo do estado novamente em 2006, depois da derrota quatro anos antes. Diferente de 2002, Jaques Wagner foi surpreendentemente eleito em primeiro tuno, com a força do lulismo. Foi reeleito em 2010, novamente em primeiro turno.



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