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Fotos: Reprodução / TV

O pré-candidato ao governo da Bahia, ACM Neto (UB), não terá vida fácil, caso perca o apoio de alguns partidos que já sinalizam uma possível mudança de lado na corrida eleitoral de outubro.

Além de um palanque reduzido, Neto terá um problema ainda maior: o impacto do tempo de televisão e rádio na propaganda eleitoral.

Em dezembro, o Política ao Vivo simulou com base no tempo de televisão que cada partido teria pelo desempenho eleitoral de 2018. Entretanto, desde o levantamento, algumas mudanças no cenário político baiano começaram a ser especuladas. Vale lembrar que são levados em consideração apenas os seis maiores tempos partidários de cada coligação. Quatro siglas de peso podem migrar para as candidaturas de Jaques Wagner e João Roma.



O MDB, que era o primeiro a se mostrar dividido entre Neto e Wagner, se aproximou do ex-secretário de Saúde, Fábio Vilas-Boas, aliado do governador Rui Costa e pré-candidato a deputado federal, em movimento que pode significar o embarque da sigla no grupo que já governa o estado. O MDB possui 37,60s de tempo de propaganda. Já o Republicanos também pode apoiar João Roma, como confia o ministro da Cidadania. O Republicanos tem 33,38s de tempo.

Recém chegado na base de Neto, o PDT também não confirmou, até o momento, a permanência da dobradinha que venceu a disputa pela Prefeitura de Salvador em 2020. Sem palanque garantido para Ciro Gomes, pré-candidato ao Planalto, o PDT ainda estuda outras possibilidades. O partido tem 31,28s de tempo.

Outra sigla que deve deixar a candidatura de Neto é o Solidariedade, que hoje detém 15,50s de tempo de televisão. No plano nacional, o Solidariedade já vem se aproximando do ex-presidente Lula e chegou a oferecer espaço para que Geraldo Alckmin possa ser vice do petista pelo partido. Já o PV, que vinha caminhando com Neto desde 2012, deve fazer parte da federação partidária com o PT, PSB e PCdoB, o que inviabiliza a aliança na Bahia. No modelo, as siglas que formam uma federação devem atuar como um único partido durante quatro anos, no mínimo.

Dentro desse cenário, ACM Neto teria um tempo de televisão formado por União Brasil (88s), PSDB (32,33s), PSC (10,24s), Cidadania (10,24s), PMN (4,98) e DC (2,88s), contando com um programa eleitoral de 10 minutos. Seriam 2 minutos e meio de programa eleitoral, sem MDB, PDT, Republicanos, PL, PV e Solidariedade; contra 4 minutos de Jaques Wagner, que teria o PT (58,6s), PP (41,8s), PSD (38,64s), MDB (37,60s), PSB (35,48s) e PDT (31,28s); e 1 minuto e 22 segundos de João Roma, que teria o Republicanos (33,38s), PL (36,53s) e o PTB (12,34s).

No cenário estipulado em dezembro, Neto poderia chegar até a 4 minutos de propaganda, se tivesse MDB (37,60s), Republicanos (33,38s), PSDB (32,33s), PDT (31,28s) e Solidariedade (15,50s).

Política ao Vivo fez um levantamento com base no tempo de televisão que cada partido teve direito nas eleições de 2020 – números que não devem mudar, uma vez que a base de cálculo são as eleições de 2018. O estudo foi feito pelo advogado Ademir Ismerim, do escritório Ismerim & Advogados Associados, para o site Bahia Notícias. Também foi levada em consideração a Resolução 23.610/2019, que aplicou novas regras às campanhas desde as eleições municipais, na qual são considerados apenas os seis maiores tempos dos partidos em coligação. O restante do tempo é dividido igualmente entre os candidatos.



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